sexta-feira, 12 de julho de 2013

TATUAGEM




                                                        Dedicado, saudosamente, para Anelise.


Assustei-me com a notícia:
- “Mariano vai fazer uma tatuagem”

Na minha infância, 
coisa de marinheiro.

Na adolescência, 
já entre prostitutas e cafifas.

Mais tarde, 
com os hippies, 
surfistas e lutadores.

Depois, 
avançou para o esporte em geral,
alcançou os artistas , 
os cantores e 
virou moda.

Então, 
por qual razão 
assustei-me com a informação?

Meu filho é um Doutor, 
professor de Universidade.
É um intelectual, 
autor de livro recentemente premiado.

Escrevo, escrevo e 
não me posiciono.
Ser prolixo foi 
sempre coisa minha.
Certamente a idade acentuou, 
e, no  entendimento da Bete, 
acentuou muito.

Não me consultou. 
Para que? 
Já tem 38 anos.

Postando no meu perfil, 
fez o questionamento pelo avesso,
me “cutucou”, 
me intimou a manifestação.


Respondo em poema, 
maneira com a qual melhor sei falar:

A vida é um eterno comparar. 
Carecemos de parâmetros.
Sim, assustei-me, 
mas não o contrario, 
pois poderia ser pior:
um desastre, 
uma bala perdida,  
um AVC, 
um câncer.

Deus, 
novamente, 
comigo, foi piedoso; 
é só uma “Tattoo”.


                                     




4 comentários:

  1. Bravo, Orlando!!!
    Você pôs-se tão ou mais jovem que seu filho!
    Moderno!!!

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  2. A modernidade e os costumes ainda assustam muito os pais que hoje, como eu, são avós. Que fazer? Deixá-los viver.

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  3. Mas pode acontecer também que ao chegar a neta, a avó tenha uma vontade imensa de fazer uma tatuagem com o nome dela.... e faz, e sente divinamente feliz.

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