Não
falo do homem santo,
o dos
pobres e oprimidos,
o que
disse que é dando que se recebe,
o que
afirmou que,
para
viver é preciso morrer.
Pego
gancho na finitude,
peço
benção e proteção,
pois
neste controverso assunto,
bebo de
todas às águas,
entre elas, as
do povoado de Piaçabuçu,
banhado,
desde sempre,
pelo
Rio São Francisco,
que é
de quem, na verdade, quero falar.
O Velho
Chico...
sempre
explorado e maltratado,
com
cinco garrotes em seu curso,
ferido
gravemente
com a
transposição de suas águas,
tem a
metástase mais visível,
em sua
parte mais baixa,
nas
cercanias da sua foz;
onde o
rio não é mais rio,
onde o
rio já virou mar.
O Velho
Chico
não é
mais o aríete
que
desvirginava,
com
vigor e mansuetude,
penetrando
fundo,
as
águas do mar.
Tiraram a virilidade do rio.
Meu
Santo São Francisco de Assis:
agora é
com o senhor que vou falar;
sei que
é preciso perdoar
para ser perdoado,
mas...
até quando?
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quarta-feira, 22 de abril de 2015
SÃO FRANCISCO
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