necessidade imediata
de se fazer um grande poema.
de se fazer um grande poema.
Um poema para este amor
que se fez grande demais.
Maior que a ternura
dos braços que embalam,
dos lábios
que se entreabrem
que se entreabrem
dizendo baixinho
coisas de ninar.
coisas de ninar.
Maior que a beleza
de um roseiral
em tarde de vento forte,
onde as rosas se despetalam
e nos deixam sem saber
qual o mais admirável:
se a rosa imagem,
intocável e pura
intocável e pura
ou a que se entrega,
impotente, ao ardor do vento.
impotente, ao ardor do vento.
Lentamente,
pétala por pétala,
como se quisesse
prolongar o instante,
prolongar o instante,
aquele supremo instante,
em que o amor
é mais do que a vida
é mais do que a vida
e se faz
amor grande demais.
amor grande demais.