Um dia haverá em que o sol e a terra,
por causas divinas, geográficas ou políticas,
aproximar-se-ão tanto que ninguém mais
viverá a sombra de outro.
A luz intensa impedirá que a noite
acoberte a face real do homem.
Será o fim da mentira e da violência.
Cara a cara, descoberto, não se viola, não se mente.
Força-se a vontade, cuida-se da aparência.
Finge-se não ser, vive-se não sendo.
Com o passar do tempo, o homem ciclotímico
se amoldará na dubiedade e não mais se encontrará.
Aí, a fraternidade paradisíaca renascerá.
A igualdade deixará de ser mito,
a cor da pele, o berço e o sangue,
não mais mandarão nem serão mandados
Se o sol tornar a se afastar, se a noite voltar a
existir,
o homem agora, não por vontade, mas por circunstâncias,
já humanizado, não retroagirá.
Luter King, Hiroshima e Vietnã não mais existirão.
Os homens estarão envolvidos com o cultivo das flores,
que, finalmente, serão trocadas entre irmãos.