Para Tatiana Pimentel
O finalzinho de tarde, céu em trovões,
prenunciava
aguaceiro... temporal.
Era
quase hora de visitar Mary Joe.
Antes
que a chuva caísse, antecipei-me.
Já dentro de sua casa,
peguei as mãos de Mary, as duas,
e
a conduzi andando, eu de costas,
- que
temeridade! - até a varanda.
-Vamos
ver a chuva chegar, justifiquei.
Mary
parece ter gostado da novidade;
foi
leve, dócil, amigável, criança sorrindo.
Sentamos e revirei o passado.
Relembrei
os anos de férias em Muriqui,
das
festas na casa de seus pais,
meus avós João
do Cunha e Nina,
depois, nas
que ela passou a fazer para a família,
quando seus pais se encantaram.
Tudo
contado com gesticulações interpretativas,
voz
alta, sentando, levantando.
Durou
quase hora minha teatralização,
tempo do céu pacificar, da chuva amainar.
Tempo,
também, de dizer: - Amanhã tem mais.
Mary
sorrindo:
“Obrigado por vir aqui...
trazer lembranças tão boas...
isso
é família ...é amor...
um cuidando do outro.
Gosto muito de você"
Só tive forças para dizer:- Eu também.