quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

NA VARANDA DE MARY JOE


                                           Para Tatiana Pimentel

O finalzinho de tarde,  céu em trovões,
prenunciava aguaceiro... temporal.

Era quase hora de visitar Mary Joe.
Antes que a chuva caísse, antecipei-me.

Já dentro de sua casa,
peguei as mãos de Mary, as duas,
e a conduzi andando, eu de costas,
- que temeridade! - até a varanda.

-Vamos ver a chuva chegar, justifiquei.

Mary parece ter gostado da novidade;
foi leve, dócil, amigável, criança sorrindo.

Sentamos e revirei o passado.

Relembrei os anos de férias em Muriqui,
das festas na casa de seus pais,
meus avós João do Cunha e Nina, 
depois, nas que ela passou a fazer para a família,
quando seus pais se encantaram.

Tudo contado com gesticulações interpretativas,
voz alta, sentando, levantando.

Durou quase hora minha teatralização,
 tempo do céu pacificar, da chuva amainar.
Tempo, também, de dizer: - Amanhã tem mais.

Mary sorrindo:

“Obrigado por vir aqui...
 trazer lembranças tão boas...
isso é família ...é amor...
um cuidando do outro.
Gosto muito de você"

Só tive forças para dizer:- Eu também.