quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

PRESENÇA



Acorda
com a sensação
de que vai vê-lo.

Após pôr-se de pé,
é certeza.  

Pisca os olhos e,
pronto,
lá está ele
sorrindo.

Não,
não é uma simples
presença física,
tridimensional,
passível de se enxotar
ou,
o que já seria uma dádiva,
de ser ignorada.

É invisível,
que é a forma mais visível
e alucinante,
e a única, realmente,
impossível de se banir.

Deus, alguém vê?

Parece ter consciência
da sua invisibilidade
para os demais.

Não fala,
não interfere,
apenas espreita,
mas, empreita
em 360 graus.

Resta-lhe a esperança
tênue, de que
ainda não tenha acordado,
de que  ainda
durma,
que tudo seja só
um sonho.

Senão,
inútil a luta;
é paixão.