Acorda
com a sensação
de que vai vê-lo.
Após pôr-se de pé,
é certeza.
Pisca os olhos e,
pronto,
lá está ele
sorrindo.
Não,
não é uma simples
presença física,
tridimensional,
passível de se enxotar
ou,
o que já seria uma dádiva,
de ser ignorada.
É invisível,
que é a forma mais visível
e alucinante,
e a única, realmente,
impossível de se banir.
Deus, alguém vê?
Parece ter consciência
da sua invisibilidade
para os demais.
Não fala,
não interfere,
apenas espreita,
mas, empreita
em 360 graus.
Resta-lhe a esperança
tênue, de que
ainda não tenha acordado,
de que ainda
durma,
que tudo seja só
um sonho.
Senão,
inútil a luta;
é paixão.
Da frase de Clarice Lispector (-“NÂO SABIA QUE NOME DAR AO QUE A TOMARA OU AO QUE, COM VORACIDADE, ESTAVA TOMANDO SENÃO O DE PAIXÃO”.) surgiu inspiração para o poema a que denominei “PRESENÇA”. Procurei, e que me perdoem a ousadia, ao redigir o poema, fazê-lo vivenciando o universo Lispectoriano, embora saiba que Clarice nunca escreveu poesias.
ResponderExcluirGostei! É a paixão, impossível banir...
ResponderExcluirFicou bom! É a paixão, impossível banir...
ResponderExcluirPaixão quando se instala toma vulto, toma norte, acerca-se, avizinha-se, toma ares de entidade e incorpora.
ResponderExcluirParabéns, Doutor! Gostei muito!
ResponderExcluirGrande abraço!
Que lindo...
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