segunda-feira, 12 de maio de 2014

MINEIRISMO



                                                                               Para a escritora Natália Nami.


A pluralidade
de Minas,
sorvedouro
do Brasil,
me desatinou.


Aberta a porteira,
a magia se apresentou.
Trocam-se os nomes,
a paisagem continua igual;
Tiradentes,
Ouro Preto,
Mariana.

Êta “mundão” sem cabresto,
salve trindade imortal: 

O Rosa, “inventador” de prosa,
imortalizou-se para morrer.
Drummond refugou o fardão,
mas não "escapou" de Itabira.
Joaquim José da Silva Xavier
é o morto mais vivo do Brasil.

Viver (em Minas) é perigoso.

domingo, 11 de maio de 2014

TIETAGEM



                                                     Para Nysa Maggessi Trindade Farriá.

Foi em supermercado,
um certo dia
já tão distante,
época em que a poetisa
ainda circulava entre nós,
(não havia se encantado)
que a revi.

Saudei-a, de longe,
com a reverência que a artista,
cujo texto tanto
me encantava e encanta,
merecia e merece.

Respondeu-me com
sorriso alegre,
com cordial
aceno de mão.

Estanquei em êxtase;
“fotografei” o instante
na perenidade do meu coração.

Para não constrangê-la,
tietando de soslaio,
continuei a observá-la.

Apanhou um pão de forma integral. 
Nos frios pediu, pasmem, mortadela.

Foi breve sua estada.
Entrou na fila do caixa,
pagou e se foi como se fosse
uma pessoa qualquer.