Para a escritora Natália Nami.
A pluralidade
de Minas,
sorvedouro
do Brasil,
me desatinou.
Aberta a porteira,
a magia se apresentou.
Trocam-se os nomes,
a paisagem continua igual;
Tiradentes,
Ouro Preto,
Mariana.
Êta “mundão” sem cabresto,
salve trindade imortal:
O Rosa, “inventador” de prosa,
imortalizou-se para morrer.
Drummond refugou o fardão,
mas não "escapou" de Itabira.
Joaquim José da Silva Xavier
é o morto mais vivo do Brasil.
Viver (em Minas) é perigoso.
Shirley G. escreveu: "Decididamente, Orlando Pimental, nossa poesia só difere no gênero: enquanto a minha, muito folgada e um tanto comodista, nasce deitada e a sua, sempre elegante, e elegância no sentido das teorias físicas - um "tipo específico de beleza capaz de extasiar um espírito que as saiba contemplar"-, nasce de pé! Imagens poéticas tão genuinamente criadas - porque autênticas - , tão únicas na sua originalidade! Uma ideia compacta que traz em si a disparidade entre a simplicidade de sua formulação e a quantidade de conceitos que ela desencadeia em nós. Grata sou eu por, mais uma vez, você me tornar copartícipe de sua poesia, elevando a minha prosa ao patamar de sua elegância poética. Obrigada!"
ResponderExcluirPronunciamento da escritora Natália Nami: ""Mineirismo", poema melodioso e perfumado como devem ser as estradas da "trindade imortal" de Tiradentes, Ouro Preto e Mariana, que eu ainda não tive a alegria de conhecer. Dr. Orlando, veja que bacana: a paráfrase do verso final do poema que o senhor dedicou a mim remete a uma fala de Lígia, personagem de A menina de véu - Lígia se lembra desse bordão do nosso Rosa mas não consegue identificá-lo. Para ela é como uma lembrança distante e próxima ao mesmo tempo, como se esse "mundão sem cabresto" estivesse tentando levar para longe dela a frase, o verso. Seu "Mineirismo" lho trouxe de volta. Fiquei muito emocionada mesmo."
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