Para Nysa Maggessi Trindade Farriá.
Foi em
supermercado,
um certo dia
já tão
distante,
época em que
a poetisa
ainda
circulava entre nós,
(não havia
se encantado)
que a revi.
Saudei-a, de
longe,
com a
reverência que a artista,
cujo texto
tanto
me encantava
e encanta,
merecia e
merece.
Respondeu-me
com
sorriso
alegre,
com cordial
aceno de
mão.
Estanquei em
êxtase;
“fotografei”
o instante
na
perenidade do meu coração.
Para não
constrangê-la,
tietando de
soslaio,
continuei a
observá-la.
Apanhou um
pão de forma integral.
Nos frios
pediu, pasmem, mortadela.
Foi breve
sua estada.
Entrou na
fila do caixa,
pagou e se
foi como se fosse
uma pessoa
qualquer.
Shirley G. Viana-"Pois é, Orlando, os grandes são simples! Não precisam, nem tem a menor vontade de pavonear a sua grandeza. Bela homenagem, nesse poema que é quase uma crônica do cotidiano. Nesse pequeno poema, você nos fala de um encontro casual e lembra da admiração que nutria e nutre pela saudosa poetisa. Você não só nos apresenta a artista que tanto admirava e admira,como nos descreve os gestos, os movimentos que você acompanhou em sua discreta (de soslaio) "tietagem", e traduziu em versos a figura discreta, cordial e simples que estes lhe denotam. E ainda pontua-nos o seu espanto ao descobrir-lhe a modéstia num pedido inusitado - "pasmem, mortadela.", que, no seu modo de ver, seria uma opção improvável ao gosto dos "seres superiores", que é o pedestal onde a nossa tietagem coloca os artistas que admiramos. Cada dia me encanto mais com o modo direto, simples e incrivelmente prodigioso em imagens. Concordo com o professor Wilson Nóbrega: "o mundo não aceita os místicos nem os santos", então, eles se disfarçam em pessoas especiais, entre elas, poetas e artistas, para habitarem entre nós, suavizando-nos a vida com o seu modo de ser, de ver e de estar na vida. Parabéns, Orlando Pimentel!
ResponderExcluirEu conheci a Nysa Maggessi Trindade Farriá. Pessoa iluminada.
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