Os setenta anos criaram e delimitaram dimensões.
Entre elas, o antes e o depois.
O “depois” penso ser curto, pequeno.
Prevejo o semestre apenas.
É o bom senso.
Ultrapassado o prazo?
Um novo planejar semestral.
O que me encanta é o “antes”,
com setenta anos de duração.
Minha primeira paixão
foi dona Virgínia,
alfabetizadora da Dona Nina,
Meu “guru”, já decantado,
João de Andrade,
nosso querido “Chuchu”.
Minha admiração maior
ficou com Dona Irene,
mãe de toda uma geração
que se forjou no porão
do casarão da Amaral Peixoto, 29.
Hélio de Carvalho foi meu herói
e promovedor
dos meus Natais.
Como filme
que não me exaure,
não me sacia,
minha mente exibe
o pátio do Nilo Peçanha,
os bailes na sede demolida do BTC,
a piscina ,
as domingueiras na varanda
do Dr. Paulo Guedes.
Os carnavais,
o bar do Pereirinha,
a Banda do Maestro Toledo.
Na pérgula da piscina do Tênis de hoje,
a garotada que me chama de doutor,
curte a ensolarada manhã de domingo,
ao som que incendeia de alegria,
o festivo ambiente :
-“ Como será o amanhã...”?
- " A minha alegria atravessou o mar..."
Revejo-me neles.
É um recordar
que me alegra,
me emociona,
me dá a certeza
de que valeu.