Para o amigo Ovídio Jaufret Guilhon.
Aspirante a poeta por hereditariedade,
Aspirante a poeta por hereditariedade,
universitário em formação,
vão, meus vinte e um anos e eu,
sob a quixotesca armadura que me impus
fazendo do lápis trincheira
e duelando em folhas de papel,
denunciar, sempre que sejam desfraldadas
as bandeiras da injustiça, da força e da violência.
Desprezando sábios conselhos de prudência,
em minha imprudência de jovem,
recuso os escudos do pseudônimo e do anonimato
e, peito desnudo, insisto na denúncia.
Se por ela vier o prematuro fim,
se minha voz for sufocada
nos difíceis dias pelos quais passamos,
que a violência
que o causar, paire no ar,
como a denúncia última
de quem ousou protestar.
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