terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A REDENTORA (1964)



              Para o amigo Ovídio Jaufret Guilhon.


Aspirante a poeta por hereditariedade,
universitário em formação,
vão, meus vinte e um anos e eu,
sob a quixotesca armadura que me impus
fazendo do lápis trincheira
e duelando em folhas de papel,
denunciar, sempre que sejam desfraldadas 
as bandeiras da injustiça, da força e da violência.

Desprezando sábios conselhos de prudência,
em minha  imprudência de jovem,
recuso os escudos do pseudônimo e do anonimato
e, peito desnudo, insisto na denúncia.

Se por ela vier o prematuro fim,
se minha voz for sufocada  
nos difíceis dias pelos quais passamos,
 que a violência 
que o causar, paire no ar,
como a denúncia última 
de quem ousou protestar. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário