sexta-feira, 26 de julho de 2013

CREPERIA




                                                    Para Jorge Guilherme, parceiro protagonista.



Inesperadamente, 
quase do nada, 
em fim de noite,
como objeto não identificado, 
viabiliza-se um sonho.  
Quem ousaria dizer não para Paris? 
Eu... jamais.

Ao constatar, 
na lista dos participantes,
a presença amigável 
de Jorge Guilherme,
além de redobrar-se 
minha esfuziante alegria,
veio-me na cabeça:
- é lá que vamos brindar,
comemorar os trinta anos 
em que mantivemos,
com alegria, 
a sociedade na Casa do Parafuso.

Já em Paris, 
deslumbrados  evidentemente,
brindamos muito, 
em diversas oportunidades.
A mais solene, 
certamente com champanhe,
na tradicional atração turística: 
o Moulin Rouge.

Certo dia, 
em mesa de calçada 
de creperias,
costume parisiense 
que não poderíamos 
deixar de conhecer,
Jorge Guilherme 
falou mais uma vez: 
“Vamos brindar”

Peguei meu copo, 
pronto para bater com o dele.
Para surpresa minha, Jorge, sorrindo, 
levantou-se, passou o copo dele para a Bete
e de máquina fotográfica em punho 
deu a ordem:

“Hoje já não mais 
pela Casa do Parafuso.
Brindem vocês 
a bela parceria que criaram,
aos filhos e netos que geraram, 
ao amor que exalam, 
ao carinho franqueado 
com que se dão”.

Pensei: 
 Jorge Guilherme talvez não saiba, 
mas é poeta!


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