segunda-feira, 22 de julho de 2013

HIPERATIVO





                                                                    Para a barrense Déa Lucia Amaral.

Enquanto o táxi
me conduzia para
o “Oi Casa Grande”,
imaginei a cena:

Em frente ao teatro, 
zanzando com aleatoriedade,
lépida, 
entre a bilheteria e a entrada, 
caracterizada
com sua camisola de dormir, 
e “bobes” nos cabelos,
aproveitando-se da presença 
dos que ali estavam para ver 
Paulo Gustavo, seu filho,
panfletava a peça que já virara filme,
o sensacional “Minha mãe é uma peça”.

-“Mas o que é isto”?

Certamente é o que deveriam estar 
se perguntando os
incrédulos, abestalhados, 
assustados e desavisados
que não entendiam o que presenciavam, 
por não saberem
estar diante de 
Dea Lúcia Amaral, 
mãe guerreira, espartana,
dando mais uma “mãozinha” insólita, 
ao filho que já se agigantara, 
comparado com justiça,
a Pedro Almodóvar, 
pelo já, ainda em vida histórico, 
Caetano Veloso.

Para Dea,  
eternamente mãe, 
a ficha ainda não caiu.


3 comentários:

  1. Fui assistir a peça HIPERATIVO do Paulo Gustavo. Sabia que iria me encontrar com a Dea. Enquanto não chegava, fui imaginando a cena.

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  2. Virgínia vilela escreveu: -" Belíssimo, Orlando Pimentel!!! A Dea Lucia Amaral é exatamente assim. Parabéns por mais esse brilhante poema. Abraços!"

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  3. Nubia Nonato escreveu: -"Quando assisti no teatro "Minha mãe é uma peça", em vários momentos me solidarizei com essa mãe, que na verdade representa uma grande maioria. Toda mãe é chata pra caramba e ao mesmo tempo tá por fora de tudo. Mãe tem olho mágico, enxerga longe, encontra tesouros perdidos e conserta trecos. Mas no final do dia, essa mesma mãe que se descabela sutilmente pelos filhos fica sempre sozinha e às vezes nem um tchau. O que filho não sabe é que "mãe" é um título outorgado por Deus e irrevogável." :

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