Para Dra. AMANDA da REDE SARAH
Na moderna sala de espera estava só.
Na moderna sala de espera estava só.
A televisão convocou-o pelo
nome,
Informou-lhe a ala e o número
do consultório.
Na porta, a doutora já o
esperava.
Lado a lado, como velhos
amigos,
sorrindo um para o outro,
caminharam.
Na mesa de atendimento,
a tela de um notebook
já ligado, permitiu-lhe saber
que se falaria de seus
exames.
-“Hoje vou lhe mostrar como
você está.
Posso lhe adiantar, que bem,
muito bem.
Infelizmente, apesar dos
inúmeros exames,
não conseguimos chegar a um
diagnóstico.”
Esperou algum tempo por
uma manifestação que não veio.
Sorrindo, recomeçou:
-“Quando você nos procurou,
veio em busca de um
diagnóstico.
Já se sabia portador de uma
ataxia.
Queria saber a causa.
Não a tenho, o que não é
raro.
Mais da metade dos atáxicos
não são diagnosticados.”
Fez uma nova pausa.
Parecia querer uma
manifestação.
Como o silêncio se manteve,
Tratou de quebra-lo:
-“Não pense que perdeu seu
tempo,
que se submeteu, novamente, aos
sacrificantes exames
inutilmente.
Sabemos que você não tem
nenhuma
entre as chamadas doenças graves,
que são as que geralmente
levam a óbito.
Você tem apenas uma ataxia”.
Um período de silêncio um
pouco maior.
-“Eu poderia estar lhe
dizendo
que o senhor tem um tumor de
cerebelo,
uma esclerose múltipla, um
câncer.
Felizmente, não é o caso.”
Diante do silêncio mantido,
com toda a ternura, concluiu:
-“Se fosse possível, eu lhe
diria
que o senhor fez uma ótima
escolha.
Não sei o que provocou a sua
ataxia,
Mas, de uma coisa, não tenho
a menor dúvida:
o senhor é um homem de sorte,
de muita sorte”.
Sorte... por ter algo raro, talvez... por ter sido diagnosticado!
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