Cumprir os ajustes,
foi sempre
coisa minha.
Com a
fotografia copiada
e a
dedicatória impressa,
fui para
casa de Mary Joe.
Entrei
anunciando;
trouxe-lhe a
foto da Atair,
sua amiga de
quem falamos ontem.
Sorrindo
esticou as mãos.
Procurou os
óculos no pescoço
e deu a
primeira impressão:
-“Bonita
foto...mas eu não a reconheceria.
Deve ser o
tempo, não é, meu filho.
Muito tempo
passado.”
Enquanto
falava,
mantinha os
olhos na foto,
sorria
deliciada.
- “Quando
você arranjar um tempinho,
vamos
fazer-lhe uma visita”?
Disse
olhando para mim,
como se
procurasse uma confirmação.
Voltou a
olhar a fotografia.
“É, ela diz
que já não mora em Barra
mas não
revela o novo endereço”.
Sem muito
pensar, posicionei-me:
- Sua amiga agora
mora no céu.
Nada mais
perguntou.
Com a foto
na mão direita
caminhou
dois passos em minha direção.
Encostou a
cabeça em meu tórax,
do meu lado
esquerdo.
Percebi,
como até então nunca,
a
fragilidade física de minha mãe.
Estático,
não me manifestei.
Envolveu-me
com os braços,
com a foto
na mão em
suave e
longo abraço.
De repente,
baixinho,
bem baixinho,
como se não
quisesse incomodar,
começou a
chorar.
Maravilhosa a nossa sempre querida e inolvidável D.Atair Carvalho Milagres.Em troda sua vida foi firme forte como um carvalho e muitos milagres fez com seus alunos,orientando-os,ajudando-os nas dificuldades,mostrando-lhes que todos são caoazes.Era uma fofura. O sorriso,seu cartão de visitas.Dela,fica a saudade e um carinhi imenso.
ResponderExcluirCybele Pimentel de Sá escreveu:-"Lembro-me do último encontro dela com mamãe. As duas se abraçaram muito fortemente e imediatamente começaram a conversar esquecidas do mundo. Olhinhos brilhantes a recordar as travessuras inocentes dos tempos do Medianeira. Passaram um dia maravilhoso. Despediu-se prometendo voltar. Não deu. Mas o sorriso e a presença continuam marcadas em minha memória. beijos , Celinha. Sua mãe sempre foi uma querida."
ResponderExcluirMaria célia Marques escreveu: -"Orlando, que lembrança mais bonita você me trouxe. Lembro bem desta história. Ri muito. Sei que , embora ela não lembrasse no momento, elas eram amigas inseparáveis desde a época do Medianeira. Lindo este pedaço da sus poesia, chego a me emocionar. -“Bonita foto...mas eu não a reconheceria. Deve ser o tempo, não é, meu filho. Muito tempo passado.”
ResponderExcluirEnquanto falava,mantinha os olhos na foto,sorria deliciada.
- “Quando você arranjar um tempinho, vamos fazer-lhe uma visita”?
Maria Célia Marques escreveu: "Cybele, que bom ler o que você escreveu. O último encontro! Também me emociono com esta despedida. Prometeu voltar, mas não voltou fisicamente. Com certeza visita Zezé, como a chamava. Tão bom essa amizade"!
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