É
na travessia da ponte
o início da magia.
o início da magia.
Sob
os meus pés,
o Rio Paraíba do Sul.
o Rio Paraíba do Sul.
No
horizonte,
o verde da ilha encantada.
o verde da ilha encantada.
Lá,
a caminhada não envolve, apenas,
a caminhada não envolve, apenas,
músculos
e articulações.
É
mais...é muito mais.
É
a oxigenoterapia,
do
ar purificado pelas árvores,
umidificado
pelas águas do rio.
É
a ótica terapia:
as corruíras, o
urubu soberano, as lagartas,
os
canários da terra... tão amarelinhos,
as
capivaras, as
garças, as maritacas,
os
pardais, as rolinhas e o sabiá.
Tudo
entre mangueiras, flamboyant,
coqueiros,
pinheiros, bambuais e,
em
outro patamar,
os fícus majestosos.
Inicia-se a psicoterapia.
O
isolamento e o silêncio,
induzem
à introspecção.
A
mente ganha sonoridade,
fala-se
sozinho.
Aí,
é Deus e o Diabo.
Diz-se
o que não se diria
a um psiquiatra,
mesmo
depois
de vinte anos de análise.
Passam-se os sessenta minutos.
A
caminhada já cumpriu o seu papel.
Na ponte, na volta,
no alto o azul do céu.
no alto o azul do céu.
Dentro de mim,
o
branco da paz.
Este resumiu com muita propriedade e minúcias sobre uma caminhada no Itapoã! Um show, você é o maior!
ResponderExcluirCybele Pimentel de Sá escreveu: -"Li agora bem cedinho o seu poema maravilhoso sobre os benefícios de uma caminhada através dos olhos do poeta. É a paz de que todo ser humano precisa, os "cinco minutos" indicados por grandes almas para o encontro com o seu ser interior. E ela vem, no seu caso, após a longa caminhada. Mas é necessário ter alma de poeta. Alguns apenas socam o chão, geralmente acompanhados , a desfiar o seu "rosário de lágrimas" tão a gosto dos simples mortais. Valeu muito, meu querido irmão. Grata pela partilha. O dia ficou mais leve. e o convite de uma caminhada assim tão benéfica ficou a me exigir uma tomada de posição, Bjs.
ResponderExcluirEstela Franco - " Parabéns Dr. Orlando, bem realista este poema. Sempre, ao caminhar, pego-me viajando em meus pensamentos..."
ResponderExcluirMaria Alice De Toledo Gaspar escreveu: -"Maravilhoso poema! Faço o comentário e não consigo postar.. Daí que perco a tramontana ... Caminhei consigo, pisando em nuvens; ouvindo o trinar dos pássaros no arvoredo verdejante; sentindo a brisa do correr do Paraíba ; recordando adolescência livre, leve e solta... Meus olhos foram invadidos pela suavidade da travessia da ponte e meu coração descansou na paz! Você é o MAIOR, Orlando Pimentel!!!
ResponderExcluirMariano Pimentel escreveu:: -" O itapoã me faz lembrar minha infância. Todos apertados no micro-porta-malas do fusca - éramos tão crianças que cabíamos lá. O parquinho com gangorra, escorrega e balança. A piscina das crianças - a dos adultos era grande demais e temida. Pulávamos da ponte que separa as piscinas, e brincávamos de escorrega sobre a separação entre elas. E tinha uns buracos que uniam as águas das piscinas pelos quais olhávamos a imensidão. Também tinha um pé com ameixas amarelinhas, que penso só ter comido lá, tiradas diretamente do pé. Era uma aventura subir na árvore e alcançar as frutas mais distantes. E a época de manga... era comer até não conseguir mais. Até levávamos para casa. E do rio, me lembro de um trecho em especial que sempre íamos brincar, pois tinha umas pedras que dava para pisar em cima e assim entrar um pouco sobre as águas do paraíba - mas morríamos de medo de cair, pois minha geração já não tomava mais banho no paraíba. Também pescávamos lambari, mas o ruim era tirar o peixe do anzol. E tinha as pinhas também. Só mais tarde é que passei a aproveitar a quadra de tênnis, a sauna e alguns bailes que foram promovidos. Mas itapoã mesmo, pra mim, é a infância nos fins de semana e nas férias.
ResponderExcluirNúbia Nonato escreveu: -" Entrei no terreno do seu Zé encantada com as plantas, a casinha de madeira com cerca de bambus, um pouco mais abaixo um pequeno portão guardava uma visão que mal me coube nos olhos, o rio...meu Deus é um rio mesmo! O Paraíba do Sul ao alcance de minhas mãos, fiquei sentada num banquinho enchendo os olhos da alma. É uma beleza mesmo! Uma benção para quem sabe enxergar."
ResponderExcluirMaria Célia Marques escreveu: -"Orlando,
ResponderExcluirvoltei à minha infância. Obrigada pelo belo presente. Bonito, muito bonito mesmo.
Aos pés o rio, em frente a ilha encantada. Nesta magia, os cinco sentidos entram em ação; é uma terapia sensorial. O paladar está intimamente relacionado ao olfato, inclusive pela proximidade
anatômica de seus receptores sensoriais. É também influenciado pela percepção visual, como quando salivamos ao vermos a imagem de um alimento. As mangas do Itapoã perfumam a ilha e seu cheiro dá água na boca. Quantas vezes por lá caminhei! Apanhava uma manga madura, sem lavar, e saboreava sua polpa que escorria por minhas mãos e braços. A terra farte e exuberante tem um aspecto úmido e cheio de vida que dá até vontade de levar para casa para misturar nas nossas plantinhas. No meio disso tudo, o som dos pássaros e da natureza. O silêncio é um som macio e doce que nos leva à introspecção. O passeio fica melhor ainda. Conosco tudo vira avesso.".
Shirley G viana escreveu: -"Felizes aqueles que experimentaram essas sensações! Belo poema!!!
ResponderExcluirMariza Leijoto Junqueira escreveu: - "Parabéns Orlando !Eu também viajo quando caminho você descreveu realmente como a gente se sente".
ResponderExcluirDea Lúcia Amaral escreveu : -"Orlando Pimentel você fez o trajeto da ponte levitando. Maravilha bjs".
ResponderExcluirHeloisa Helena Penna Coelho,escreveu: -"Perfeito Dr. Orlando!!! Interessante e a mais pura verdade!!! Quando caminhamos enxergamos melhor ao nosso redor... É um exercício não só físico, sobretudo psíquico..."
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