Baseado no conto FATALIDADE do livro “PRIMEIRAS ESTÓRIAS” de
João Guimarães Rosa.
Era
delegado de polícia
e de nome Meu Amigo.
e de nome Meu Amigo.
Exercitava tiro em seu quintal,
quando
homem baixo,
com ar e traje de caipira o procurou.
Era
Zé Centeralfe,
do arraial do Pai-do-Padre,
do arraial do Pai-do-Padre,
onde
a marca da autoridade estava em falta.
Era
a razão e o motivo da visita.
Era feliz até que foi infernar lá,
um
desordeiro que botou olho na sua mulher.
Meu
Amigo interrompeu:
-“É
um Herculinão cujo sobrenome Socó”?
Confirmou e representou:
Para não estropiar a lei,
mudou-se com a mulher.
O biltre não tardou
em aparecer no novo arraial.
Fugiram novamente,
de lá para cá,
que é cidade de Delegado.
Viera dar parte.
O encapetado veio nos rastros.
O encapetado veio nos rastros.
"Eu quero é a lei", disse Centeralfe
Meu
Amigo levantou-se,
remexeu em suas armas,
remexeu em suas armas,
escolheu
uma,
verificou o tambor cheio
verificou o tambor cheio
e
a deixou em lugar destacado.
Voltou
olhando para Zé Centeralfe.
Vagarosamente,
desviou rosto e o olhar
para
a arma que manuseara.
Voltou,
novamente,
os olhos para o caipira,
os olhos para o caipira,
depois, para a arma,
como que a o puxar à lição.
como que a o puxar à lição.
O outro entendeu a chave do jogo,
arregalou
os olhos, e disse: -“Aaah!!!” .
Assim, se foi Zé Centeralfe.
Meu Amigo, a cavalo,
um pouco atrás o seguiu.
De repente,
lá vinha o malígno.
Meu Amigo fez fogo.
Com algo entre os olhos,
o
falecido Herculinão arriou.
Três haviam tirado a arma,
só
dois tiros foram ouvidos.
Herculinão
não teve tempo...
foi o mais lento.
foi o mais lento.
Uma outra bala, a primeira,
a
do Centeralfe,
acertou-lhe em cheio o coração.
acertou-lhe em cheio o coração.
Meu
Amigo,
sendo fatalista, pensou:
sendo fatalista, pensou:
“A
vida de um ser humano,
entre
outro seres humanos é impossível.
O
que vemos, é apenas milagre,
salvo melhor raciocínio”.
salvo melhor raciocínio”.
Apontando para o defunto, disse:
-"Resistência à prisão..."
Meu amigo...era homem prático. Percebendo a situação do Caipira e resolveu ajudar. Centeralfe entendeu o manuseio e a finalidade da arma.Despediu-se, recusando o café e a cachaça, dizendo ,seja que aceite, mas, depois. O caipira partiu, determinado e aliviado...
ResponderExcluirGostei, meus parabéns!
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