Estancou-me
a novidade:
o quadro na parede.
Duas mulheres:
uma de frete,
outra de perfil.
O questionamento primeiro:
duas ou uma única,
de frente e de perfil?
Remeteu-nos
aos anos 70,
e nos trouxe,
forte, muito,
a imagem saudosa
da doadora já encantada.
Criamos,
imaginações férteis,
história de amor,
desencontro,
paixão,
reencontro.
E lá vem François Malherbe
martelar minha cabeça:
martelar minha cabeça:
- “ Ela viveu o que vivem as rosas,
o espaço de uma manhã”.
Seriam as duas uma única ?
O título, “Duas mulheres”,
diz que não.
Será?
A análise crítica
estabelece diferenças;
uma triste e atormentada,
outra, atrevida, desafiadora.
Depois, filosofando,
reabre-se a questão:
- “São dois “eus”
de uma pessoa.
Qual “eu” sou?
Quem sou “eu”?
Sementeira de dúvidas,
nó que não me cabe desatar.
Volto ao início.
Estanco.
Sigo em frente.
uau!!
ResponderExcluirUm dia ainda terei o imenso prazer de apresentar o poeta Orlando Pimentel ao seu conterrâneo Marcelo Carrera, ilustrador plástico autor do referido quadro. E será meu dia de sorte, talvez regado com maravilhosas cervejas e conversas....
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