domingo, 24 de março de 2013

“PEPEL”






E a lembrança do vozeirão,
ainda na esquina, a gritar:

“Vi...ni...ci...nho”!
"Vi...ni...ci...nho"!

O entendimento é difícil
embora as coisas se encaixem.

O leme do barco se perdeu!

O certo, a ausência contundente
nos que nos cerca, no que ele fez.

Meu sorriso é forçado, doído.
Sou um  vazio infinito, inércia,
entrega, desolação.

O berço fala mais alto.
O exemplo da luta não pode ser vão.

Nas veias o mesmo sangue que corre
Sacode o espírito, devolve a razão.
Quis Deus que eu tivesse seu nome,
que eu me faça digno dele, então.

3 comentários:

  1. Nem eu me esqueci daquele vozeirão. Daquela figura marcante que se destacava entre as pessoas no calçadão. Tampouco a postura solta, o olhar perspicaz, a conversa inteligente e o sorriso de pai. Usava sempre um terno de linho com jeito amassado, o que era elegante e combinava com seu jeito despojado. Eu e meu pai costumávamos tomar café com ele na “esquina do pecado”. Seu orgulho por ele tem razão.

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  2. A perda é sempre muito difícil e a saudade sempre dói.
    Dr. Pimentel foi um homem à frente do seu tempo, reconhecido pelo brilho de sua cultura como educador, advogado e cidadão atuante.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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