terça-feira, 5 de março de 2013

PARTIDA




Cheguei.
Não vim por nada,
não vim para nada.
Apenas cheguei e
calado permaneci.

Mas não houve um só,
que ao olhar meus olhos,
não soubesse
que eu chegara 
para partir.

Foi você 
quem se fez flor,
 cresceu 
em meu jardim e, 
em manhã comum, 
desabrochou
abrindo-se em pétalas 
para mim.

Eu, 
que mais que homem 
sou poeta,
extasiado, 
tomei-a nas mãos
e a ternura do meu gesto
foi  rudeza 
em excesso para você.

Ao abrir as mãos,
o que fora rosa,
eram pétalas,
amarfalhadas, 
esmaecidas.

Como cheguei, 
parti.

Não parti por nada,
não parti para nada,
apenas parti.


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