Visito-a diariamente.
Antes do almoço e ao
anoitecer.
Vez ou outra, confusa,
questiona-me com queixume:
- “Está sumido.”
Não desminto.
Confirmo e invento:
-"Muito trabalho".
Sento-me e ouço
histórias recontadas.
Demonstro interesse,
mostro-me expectante.
Sorrio na hora certa,
arregalo os olhos de espanto.
Ontem, novamente,
como conheceu meu pai.
Precisa nas palavras,
invariável o final:
-“O vaticínio
da dona Nina professora
falhou.
Acabamos casando”.
Encerra dando risadas.
Encantado, sorrio junto.
Em pé faço a despedida.
Da cadeira de balanço,
pede-me:
-“Abaixe-se,
chegue o seu rosto aqui...
quero dar-lhe um beijo”.
Após o beijo segreda:
“Você alegra a minha vida”.
Que conversa boa! Que final feliz!
ResponderExcluir