Para os dos anos sessenta.
Que horas são?
Que horas são?
São onze horas.
E o que faz ela agora?
Cercada de homens,
deitada na areia,
o corpo bronzeia.
Expõe ao sol e ao sal,
aos olhares amorais,
(entre eles o do garoto)
(entre eles o do garoto)
o corpo cansado da vida que
leva,
vazia em tudo, exceto em
homens.
Que horas são?
São dezessete horas.
E o que faz ela agora?
Deitada na cama,
serve de pasto
a quem já não
ama,
mas lhe dá carro
e
apartamento
além de mesada
no fim da
semana.
Que horas são?
São vinte e três horas.
E o que faz ela agora?
Deita com seu garoto
e se sente mulher.
Logo com ele, que além
de quase menino,
ousou cantar em versos
esta história de
mulher.
Debutante é, também, o que se inicia em alguma atividade. Na minha geração, o “sonho sonhado” era ter um “caso”, o que na época chamávamos de “amante”. O poema narra uma imaginária “estória”. Um menino e uma mulher “de muitos homens”. Pode existir iniciação melhor?
ResponderExcluirNúbia Nonato - " Mulheres e meninos, para olhos menos atentos, uma fútil banalidade, capricho de doidivanas. De solidão só entende quem a vive. Bela poesia. Vou postar uma poesia que fala de mulheres maduras e meninos".
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