segunda-feira, 21 de abril de 2014

O QUADRO DE ITABIRA




Baseado no poema "Confidência do Itabirano" de Drummond
                                                    
                                                                                                               

Itabira marcou, 
a ferro quente, em brasa,
o seu poeta e
salpicou pó de ferro, 
em todos nós.

Doidice!

Pode doer uma fotografia
emoldurada e pregada na parede?

É que a parede não é parede.

A parede é o peito do poeta
onde o prego manteve o quadro,
tatuagem indelével,
 mal dissimulada.

2 comentários:

  1. A relação de Drummond com Itabira, sua cidade natal, para alguns, é uma relação conflituosa. A favor da interpretação, o fato do poeta nunca ter voltado a Itabira. Para os que esposam a tese, “a fotografia que dói” não é saudade, é ressentimento. Caipira, como Drummond, e como fazia o mestre, deixo meu parecer sobre o assunto em forma de poesia, que dedico a Herman Jankovitz Junior.

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  2. Maria Alice De Toledo Gaspar escreveu: -"Que beleza!..."A parede é
    o peito do poeta
    onde o prego
    manteve o quadro,
    tatuagem indelével,
    mal dissimulada." Amei!

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