quinta-feira, 30 de maio de 2013

SEM DOLO


                                                       Para Bete.


No rádio do carro
pluguei o pen-drive.

A voz,
misto de suavidade e rudeza
(en)cantou.

Era Nana:
“- O nosso amor parou por aqui.
Foi bom para você, foi bom para mim”.

Como se houvesse
ouvido o meu pensar
(Como pode?)
Veio em meu socorro:

-“O amor acontece na vida,
estavas desprevenido e,
por acaso eu também”.

Vendo-me, ainda, insatisfeito,
novo socorro; agora, definitivo:

-“Quem inventou o amor,
não fui eu, não fui eu
não fui eu, não fui eu
nem ninguém”.

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