quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

AS CRACAS



Definiu:
Irá aproveitar a virada do ano para
livrar-se de todas as cracas.

Fez sua lista, 
embora soubesse ser desnecessário.
Todas as cracas eram, 
na verdade, uma só: Ele.

Pensou nas providências 
a serem tomadas:
Pular as sete primeiras ondas, 
a mais prazerosa.
O mar tão perto é tão lindo.

Flores para Iemanjá.
É a solução.
Doze rosas brancas
e mais uma única, 
vermelha, 
no meio do buquê.

Será um massacre.

O branco da paz 
haverá de vencer,
por compressão ou asfixia,
a rosa vermelha, 
paixão,
craca da qual
ainda não 
conseguiu se livrar.

Um comentário:

  1. Núbia Nonato escreveu:-"Sem exageros, um belo poema, uma doce analogia. Que 2016 não seja apenas mais um ano, quem sabe Iemanjá nos conceda mais ondas. Feliz 2016¡"

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